quarta-feira, 16 de setembro de 2015

A pele das palavras




Há uma alma sedenta
que não entende emoções em
tempos, além dos pessoais

Como explicar à ela a diferença
dos amores sazonais
minha alma conhece as palavras
e não, negações verbais

Como esquecer, amando
negar, desejando
fugir, indo ao encontro

Não há razão nas malditas palavras
por sorte temos saída
por sorte ganhamos feridas
que um dia cicatrizarão








Adriane Lima






Arte by Johanne Coellen

Flor da solidão




Uma palavra ou outra
escapava como um passo
que se marca e se modula
 
uma palavra ou outra
era navalha que riscava
a pele em ranhuras
 
uma palavra ou outra
voava como um pássaro
fugindo de dentro de si
 
nas glândulas do destino
adrenalina ritmada
as palavras ditas
as palavras não ditas
captavam o fôlego
do sofrimento
 
a lucidez da razão
a loucura do coração
a boca semi aberta
a ferocidade das certezas
captando espantos
 
no calor da essência
o grito ocultado
a voz surge na ausência
diante do que se perde






Adriane Lima





Arte by  Michal Zarornack
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