quinta-feira, 4 de junho de 2015

Para não esquecer

 


Eu tinha um verso
confiante em minhas mãos
depositei-o na tela, ali o deixei
e sai para ver a lua
(que irônica visão de poeta) 

caiu a luz e meu verso se apagou
eu que já perdi tanto
pela falta da luz
de minha vigilante miopia
em ver tudo tão concreto
e esquecer-me do abstrato
que compõe também o cenário
de minha visão de poeta.
Os sonhos estão sempre distantes
assim como os amores
vislumbramos as esperas
que enaltecem
a visibilidade das palavras
e se esquecem dos silêncios
também iluminados.
Acreditamos que sempre
ficarão depositados, versos inexoráveis
então, caímos na concretude
pela inocência do querer
que nuvem alguma, encubra a lua
na visão de poeta ...
Sentimos que morrer é não morrer
é apenas se perder do poema
em inúmeras abstrações e equívocos







Adriane Lima







Arte by Adrian Borda 
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