Sangra-me no peito
a seiva de todos os sonhos
vaza na pressa cotidiana
o olhar vazio
o cheiro previsível
acomodado em
sorrisos plásticos
tudo me exauriu
a possibilidade
do confronto
o medo do futuro
o brilho do sadismo
que a vida mostrou
não há lápis para colorir
anagramas
nada mais engana
dentro desse jogo sutil
há um misto de sensações
palavras nascem e morrem
o nunca mais
é o paradoxo do ensejo
a paz emerge
através do esquecimento
onde a dor se mistura
à profunda alegria
desse exercício breve
que foi brincar de amor
Adriane Lima
Arte by Dylan Sarah