terça-feira, 24 de março de 2015

Anêmica


 
 
Quando sua falta me consome
sou aquele peixe solitário
enfeitando aquário
quase desacordado
alimentado por mãos
que nada entendem de fome
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Adriane Lima
 
 
 
 
 
 
 
 
Arte by  Kot Valery
 
 

Água de olhos e arroios




Nesse quase outono
úmidas lembranças
me trouxeram sua voz.
Eu que julgava
nem lembrar o tom
me vi agarrada
entre memória e timbres.
Em meio a tarde
foi preciso fechar janelas
devido ao temporal.
Inundada de silêncio
sua voz ecoava em mim
feito desassossego.
Tempo antigo, além do tempo
onde o amor adentrara
naturalmente em minha vida
nascendo a vontade
de espalha-lo aos quatro ventos
feito semente de flor
e assim perfumar os dias,
dentro do finito espaço
que nos fora dado.
Hoje, só encontrei conforto
na dança das palavras formadas
pelas gotas que escorriam
livremente pela vidraça.
O desejo que habitava aqui dentro
lembrou-me versos perdidos
entre a caligrafia de meus lábios
e a carne viva da saudade







Adriane Lima










Arte by  Pat Erickson

Entre linhos e laços

 
 
Sonhei paisagens
de mil loucuras
queimando a pele
linguagem nua
atravessei memórias
de precipícios 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Adriane Lima
 
 
 
Arte by  Sergio Helle
 
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