quinta-feira, 22 de janeiro de 2015

Pretérito poema




Se pudesse dizer
ao levantar, ao deitar
ao longo do dia
tudo o que vive hoje
na vastidão de meu peito

No pulsar de minhas artérias
no restante das horas vazias
onde sua imagem goteja
sobre meus pensamentos

A ante sala do desejo
hoje desbotada
reflete o abandono
e descrédito vivido

Não temo perder
o sopro das palavras
perdi o encantamento
das mãos em cores

do carinho contido
no primeiro abraço
da umidade implícita
no primeiro beijo
do repouso sulcado
no infinito olhar

Sábio, aquele que diz
que o tempo é colagem
para todos ornamentos
no silêncio de meus anseios
nada mais refaz nosso absurdo

 






Adriane Lima






Arte by Loui Jover
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