quinta-feira, 3 de abril de 2014

De encontro ao infinito

 
 
 
 
De tanta dor
que dorme comigo
de tudo que guardo
quando ainda sonho
me vem a arte
 
olho a cama fria
e dou forma a poesia
 
vida onde não estou
imperfeita praxis
da emoção
 
desejo acordar o amor
que adormece em palavras
 
me inundo de céu e asas
devorando a alma
entendendo o corpo
 
me perco no hálito
da noite escura
sangrando breu
de infinito arrependimento
 
a solidão fala sânscrito
nesse barulho eterno
onde meu lamento é ofegante
 
hoje,só queria olhar
para dentro de mim
e ver que dos meus olhos
destilam mágoas
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Adriane Lima
 
 
 
 
 
Arte by Tertia du Toit















Bendita carne amorosa





Peço ajuda
aos meus versos
pelo simples medo
de jogar meu medo fora
lateja na carne a memória
onde já morou a juventude
compus uma legião de sonhos
que agora correm atrás de mim
feito lobos sedentos
a parte humana sangra
o fatalismo de meus gestos
testemunhados sob paredes
entre a beleza e a bondade
das escolhas
- o vil grito da morte súbita
embora o laxismo dessa possibilidade
não alcance o que foi demarcado
humanos apelos desperdiçados
já não berro feito animal
em sua pré morte
que jura crer em amabilidades
renuncio o leito em meu sossego
fechando imagens entre as palavras
da mesma forma que me vejo
metade santa exposta a carne
diante a infiel ovelha que assim luta
desembocando a via Crucis
entre o rebanho escolhido a dedo :
sou personagem ávido de aventuras
e não a vítima de mim mesma 










Adriane Lima








Arte by Nikas  Safronov
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