quarta-feira, 21 de novembro de 2012

Represando poemas



 
 
 
Há tantas emoções desencontradas
e que caminham, para onde,não sei
uma tinta que não quer escoar no papel
um céu de nuvens esparramadas
um poema que espera que eu o termine
 

Dias onde todas as palavras
são o que são
dias sem imaginação
pés sem sonhos
cabelos em desalinho
 

O plástico das horas
enrolando aquilo que me envolve
alma deseja leveza
das pétalas
cores da tela diária
que vejo em minha janela
 

mistura essa que não vem
das letras, nem das flores que avisto
mas, de meu olhar sobre o mundo
 

Nem todo sentimento merece
um lamento,uma carta,ou um telefonema
muito menos um poema

 

o que estanca,não precisa
ser explicado, deixei-o ali
na estante dos recados amassados
para poesia existir basta
um instante de minha dor ou amor
 

Mas o mês de novembro é lento
é a ante véspera das luzes ansiadas
aproprio-me de vontades e mais nada

 




Adriane  Lima




Arte by  Pat  Erickson 

Lendária






Existe em mim um vulcão
uma janela para a loucura
que horas vem ,outras vão

e me enchem de bravura

Existia um planeta imaginário
quando eu pensava nele...
uma lenda eu criei
homem, santo ou rei
com uma força jamais pressentida
por onde eu penetrei

E dentro desse furacão
ele era um convite lúcido às estrelas
lua cheia em céu escuro
sem São Jorge ou dragão.
havia mais que o céu em nossas mãos

E desatei o fio,da memória
do novelo,da navalha e flutuei
fui me prendendo aos tantos nós
luas,mares,viagens e ensejos
noturnas histórias e desejos

E como um tecido que desfia
eu vi o sonho definhando
não havia homem.nem santo,nem rei
apenas o fruto imaginário, ao qual me agarrei

 
Adriane Lima


Arte by Wend NG
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