quarta-feira, 28 de março de 2012

Canto in poema

 

Pássaro, que me doaste as penas
para que minha dor 
fosse a de pássaro

pássaro, de emplumado luto
me lancei em céu sem voo

fui semente de música
plantada em solo surdo

notas embrulhadas
em papel de pão
das migalhas que me doava

era esperar o anoitecer
para me ver morrer
sem teu canto

pássaro do tempo
onde os pés eu fixava

tempo onde o amor
que me mostrava
era terno e me encantava

pássaro
arranquei minha penas
fiz delas um cocar
um véu de tristezas
por nós a rondar

pássaro, me escute :
pode ser que tudo mude 
a poesia pese 
os sentimentos voem

 eternamente
além das palavras
ouvirei o teu cantar



 


Adriane Lima


 
 
 
Arte by  Valery Belenikin
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