quinta-feira, 1 de dezembro de 2011

Destinos



Os astros não me prometeram
um ano de apogeu
orbitar em calmaria
dentro de meus dias
seria um jogo tolo
frágil consolo
de quem não tem
nada a temer

Este ano é do coelho
e com ele o mais certeiro
seria me esconder
quem sabe por ironia
ou pura teimosia
gosto de assim pensar

A felicidade veio um dia
no ano da cabra
Mas sempre duvidei de um destino
pelos astros,pelos signos,pelas runas
se estava escrito,não sei
hoje estilhaços de memória
abismo do qual me curei

A miragem é um destino
De quem não quer procurar
  domíniosde sonhos
respostas de estrelas,
inadiáveis certezas
do que se está a buscar

Os caminhos confundem-se
as respostas se fundem ao
ego filosofal
de meus dias sempre iguais
vagarosamente penso
se fosse a mim propenso
essas histórias inter astrais

Já teria buscado Saturno
com seus anéis
átomos ou poeiras
de estrada,mar bravio
ou um cais

Sigo sem pressa
entre constantes mudanças
oculto meus anseios
que na surdina falam
apare arestas
recomece ciclos
 
reinicie vidas...

 
 
 
 
 
Adriane Lima

A canção passará




Hoje é tempo de não entender muito
o que a vida oferece
o que dela renasce
o que dela obedece

Vou me expor da maneira
mais certa que sei: em palavras
e esse lirismo em mim
é o que hoje me salva

O cotidiano me faz ingênua
em minha existência
busco o que sobrou de
meus sonhos
pedaços onde me recomponho
em noites de olhos vidrados

A nódoa natural de um passado
que tenta ser tingida de cores
onde sigo acreditando muito pouco
no que vejo
no que ouço
e sinto
tento sair de um labirinto
com a primavera nascendo ao lado

Um pássaro ao longe canta
sua fatigada cantiga ao mundo
a mesma, livre de partituras
que sua condição de pássaro lhe permite

Na janela há flores brotando
orquídeas, azaléias multi cores
e me vejo cinza por dentro

estremecimentos...

Uma vida encarcerada e livre
como o canto do pássaro
livre na sua prisão de escolhas

Só não entendi
onde minha alma quer chegar
Cantar feito pássaro mudo
ou seguir sonhos silenciosos

Desses de chegadas
feito melodias que não
podem acabar

Há de se caminhar para onde
existam pássaros
mesmo aqueles das esquecidas
canções

  
 
Adriane  Lima 
 
 
 
 
Arte retirada da Net
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