quarta-feira, 9 de novembro de 2011

Um Soneto em teu nome



Teu nome já não cabe em um hai-kai
Nem mesmo em minhas novenas
Teu nome já não soa diferente
Já não me vale mais a pena

Acordei do sonho entorpecido
Por ter te dado meu samba ritmado
E assumido a valsa em descompassos
Desse amor inacabado

Voaram longe as borboletas
De nosso jardim tão sonhado
E toda prosa que te fiz

Junto ao desejo que te pesa
Comigo viverão em cicatriz
E só assim serão lembrados


 
 
 
 
Adriane Lima

Condensação



Não há mais jogo
não há mais fogo
não,não há...

não há brisa
não há saída

morre o amor
a vida petrifica
em despedida

sangrar o liquido
chorar o sal
sólida junção

Vulcão de dores
transparentes
a olhos nus

Ombros,pés
tudo se agiganta
ao peso do tempo

Convés de bifurcações
nau insensata
solta em marés

sem leme
sem proa
voa febril

atroz sensação
infinito medo
já é meu dono
torturante solidão

sou condensação
sem cor
intenso vapor
transpasso nuvens

densidade e
transformação

e assim esquecendo
vou sendo...

faróis
lanternas,
vagalumes
luz diminuta
em noite sem lua

 
 
 
Adriane  Lima

Palavra Doada



Porque ninguém sabe
Que isto não me cabe
E transmuto meu silêncio
engolindo tudo a sós

E quando olho minhas mãos
já estão assim cansadas
e escrevo versos
Mergulho em meu
universo e nele
sou embalada
 

Assim como quem
talha o bruto
dou forma
aos meus sentidos
e o verso sovado
se molda ao
que me dispo

Como um escultor
em seu mármore
quebro, moldo
o que está
sobrando
e minha alma
se eleva

e tudo flui
palavra doada
já está colada
moldada em
meu silêncio
de poesia

 






Adriane Lima
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